É próprio da infância, e é seu distintivo mais notável viver em estado de dependência.
A quem está entregue a criança? À mãe. De toda criança pode-se dizer o que Monsenhor Gay escreve a respeito do Menino Jesus: “Sua infância esteve entregue a sua Santa Mãe. Durante os nove meses que Ela o trouxe em suas puríssimas entranhas, só pertencia a Ela.
Todo o tempo de sua meninice, Ele não a deixou. Era nos seus braços que repousava e sobre o seu peito que respirava e vivia; era d’Ela imediatamente que dependia em todas as coisas.
José é o chefe da Sagrada Família; mas durante os primeiros anos o pai aparece menos que a Mãe.
Mais tarde, em Nazaré, sua autoridade se exerce mais visivelmente; é a ordem, pois o pai deve dirigir o filho adolescente.
Em Belém, no Templo de Jerusalém, e no começo de sua vida no Egito, o primeiro papel cabe a Maria. Somente Ela o envolve e o veste; somente Ela o alimenta e aquece; e quando é
preciso ir aqui ou ali, Ela é quem o leva” – cf. Mons. Gay, XIX, Elevação.
Tal deve ser o papel da Virgem Santíssima para conosco, seus filhos. Precisamos ser educados na sua escola, pelos seus cuidados, sob o seu olhar… Devemos viver perto d’Ela.
Viver perto de Maria, sob seu olhar vigilante, perto, pertinho de seu coração… eis a vida de um verdadeiro filho de Maria!
Não vivemos de coração e de espírito com aqueles que nos são caros, mesmo depois de a morte no-los ter arrebatado dos braços?
Por que não viveríamos deste modo perto de Maria?
Sua lembrança seria tão suave, tão animadora, nas horas de fraqueza!… Suas lágrimas e seus sorrisos, suavizariam tanto as revoltas e rebeliões dos sentidos!…
Que irradiação de paz seria para as almas o sentirem-se amadas!
Que esperança de perdão para o culpado o ver-se protegido!
Ser dirigido, que abundância de graças para o coração que deseja dedicar-se!
Que luz nas dificuldades da vida! Uma mãe está sempre presente.
“Podeis ter amigos, quantos quiserdes – diz Monsenhor Pio – amigos fiéis, ternos quanto possível; nunca uma criatura vos amará como vossa mãe”.
“Maria nos ama – diz Santo Stanislau Kostka – como Ela amava a seu Filho Jesus”. – Ela tem por nós o mesmo interesse e nos cerca dos mesmos cuidados, da mesma dedicação. É preciso, pois, ir a Ela com a mesma confiança que seu divino Filho.
Oh! Vivamos perto de nossa Mãe!
Cerquemo-nos da lembrança de Maria, como de um manto para abrigar-nos, como de uma luz e de uma força que não nos deixem nunca separar de Deus.
Servos de Maria, devemos-lhe dedicação.
Filhos de Maria, devemos-lhe filial amor.
(O Segredo da Verdadeira Devoção Para com a Santíssima Virgem, segundo São Luís Maria Grignion de Montfort. Pe. Júlio Maria de Lombaerde — CAPÍTULO VI, páginas 49 à 51).
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